Esta manhã a minha mãe lembrou-me que faz 7 anos que o meu pai morreu. Sei que ele partiu há muito para outra dimensão, que não está cá. Sinto que o seu legado (da experiência de viver com ele) está algures em cada um de nós que ficámos. É um dos inúmeros tesouros que me ofereceu: cresci, na responsabilidade de ser eu mesma com este facto.
Num momento em que aceito o convite universal de retiro comigo mesma, várias peças do puzzle que eu sou e da experiência de vida até agora tornam-se mais conscientes e presentes. Lidar com a morte ao acompanhar o meu pai nessa fase trouxe-me uma parte nova que até hoje estou a integrar e resgatar.
A experiência de Amor Incondicional de um lugar de filha-pai, como foi de pai-filha. E aprender que morte e vida acontecem simultaneamente, e aceitar ambas.
Prefiro lembrar a data de nascimento e hoje esta chamada fez-me vir aqui: flashes de memórias do dia, do antes, do depois e como estão em mim agora. Viagens breves, claras. Chorei…
E de tarde, em que toco e canto e assim expresso-me e escuto-me, de novo honrei o dia e a morte com o que sou agora. Partilho parte aqui, para que se espalhe a voz desta história de Amor, desde um coração mais inteiro e tranquilo… já 7 anos pai e em 7 anos da minha vida aqui, tanto.
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Lá fora… a chuva veio em seguida prosseguir a despedida e as andorinhas que hoje vieram em grupos céleres dançar no alto do céu, aqui em frente, continuaram.
Prosseguimos.
Cândida Rato * 16 Abril 2020
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